Hoje eu acordei com um buraco no meu peito.
Questionei se algo me foi arrancado ou se só senti agora a falta de um vazio que sempre esteve ali. Quis buscar respostas e gritar socorro, mas o vazio não me deixou fazer nada.
Me mandou guardar o que sobrou no bolso de trás da calça, e assim o fiz.
Disse para seguir em frente de cabeça erguida e cabelos soltos.
E que eu não tivesse medo.
Mas medo de que?
De sentir?
Relutei.
Se coloco as mãos perto do fogo, sei que posso queimar, ou posso aquecer as mãos frias.
Vivemos pelo risco.
Pelo medo do não.
Medo do sim.
Arrisco o quanto posso.
O maior medo é de não ficar vivo até a morte.
' Quem vem com tudo não cansa ... '